Ex-diretor do BC afirma que ‘de maneira geral são medidas tímidas’.
‘Ideia é reduzir custos nesse momento complicado’, diz economista.
O Jornal Nacional ouviu especialistas sobre os efeitos do pacote anunciado nesta quinta-feira (15).
O governo tenta dar um alívio às empresas em dificuldades financeiras. Entre janeiro e novembro, 1.718 empresas entraram com pedido de recuperação judicial, de acordo com a Serasa Experian.
O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartzman afirma que as medidas ainda não são suficientes para reverter essa situação:
“Tem um esforço grande do governo de mostrar serviço, mas a verdade é que de maneira geral são medidas tímidas. Ajuda a rebaixar alguns custos, são medidas corretas, medidas de desburocratização, mas não é isso que vai ser a grande diferença para a recuperação da economia”.
“A ideia é reduzir custos. Ao reduzir custos num momento difícil você permite que as empresas consigam respirar, consigam pagar suas dívidas em melhores condições e, tendo mais folego, você acaba investindo e gerando mais crescimento. A ideia geral é reduzir custos nesse momento complicado”, afirmou Roberto Padovani, também economista.
Ao incluir automaticamente os bons pagadores no cadastro positivo, o governo tenta estimular a concessão de crédito. É que o cadastro até hoje teve pouca adesão.
O governo também quer permitir que os comerciantes ofereçam desconto de acordo com o meio de pagamento do cliente, dinheiro, boleto, cartão de crédito. Na prática, é para reconhecer uma situação que já existe, mas que não é permitida por lei.
A intenção é estimular a competição e reduzir, por exemplo, os juros do cartão de crédito, que hoje são de 475% ao ano. Mas para entrar em vigor, essa medida depende ainda do Banco Central.
“É possível diferenciar as medidas em dois grupos, num primeiro grupo talvez tenha impacto imediato e a ideia é reduzir custos. Num segundo grupo é mais uma agenda, é mais um programa de governo, é para onde a gente tem que dedicar os esforços para fazer com que a economia tem mais capacidade de crescer”, disse Padovani.
Com informações do Jornal Nacional
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